Todo mundo tem medo de perder dinheiro, mas a questão é que grande parte desse receio está na falta de conhecimento sobre como esse universo financeiro funciona, e não apenas pela falta de dinheiro.
Nós, mulheres, em especial, ainda temos um contexto histórico que dificulta ainda mais esse processo. Afinal, é recente que vemos tantas de nós com a oportunidade da independência financeira.
Além disso, mesmo com essa mudança no nosso comportamento, muitas vezes não chegamos a ter acesso a informação de como tudo isso funciona, nos deixando ainda mais inseguras.
Bolsa de valores cai, bolsa sobe, juros, taxas, CDB, CDI, siglas e mais siglas. É, não é fácil ganhar essa confiança, mas vamos neste artigo aprender como perder o medo de investir o seu dinheiro.
Não é só medo, falta dinheiro
Uma pesquisa promovida pela ANBIMA, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, em parceria com o Datafolha, publicada em 2022 para a 5ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, afirma que, enquanto 66% dos homens no país não são investidores, entre as mulheres esse número é maior, registrando 72%.
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E essa atitude mais conservadora entre as mulheres na hora de investir, como brevemente já comentamos, está também intimamente conectada com essa herança histórica. Ainda temos menos oportunidades de carreira, recebemos salários menores e dedicamos mais tempo que os homens para atividades domésticas e relacionadas à família, assim como os próprios executivos da ANBIMA explicam a pesquisa.
Sobre os motivos que nos restringe, o estudo avaliou que 55% não investem por falta de dinheiro, e 10% demonstram que o fator desemprego é marcante.
Mulheres investidoras sim
Por outro lado, entre as mulheres que já tomaram a decisão de investir, a pesquisa mostra um perfil que ainda evita riscos, mais conservador e moderado.
83% preferem usar a poupança como meio, enquanto esse número é de apenas 68% entre os homens. 7% optam por títulos privados, como CDBs e debêntures; 12% seguem pelo caminho de fundos de investimentos, moedas digitais e ações na bolsa de valores. Para aplicações de maior risco, o estudo registra apenas 12% das mulheres.
Entre os motivos que levam as mulheres a investir, temos:
- Realizar o sonho da casa própria (28%);
- Fazer uma reserva de emergência (20%);
- Viajar o mundo e conhecer novas culturas (9%);
- Fornecer educação para si e para filhos e netos (8%);
- Investir em um negócio próprio (7%);
- Guardar para usar na velhice (6%).
Outro dado interessante ainda nesse sentido é que as mulheres estão se aproximando desse movimento de investimento, em relação aos homens, e, em 2022, 43% das mulheres indicam que querem realizar aplicações este ano, contra 51%.
O intrigante aqui, por mais óbvio ou particular que essa questão das motivações possam nos levar a agir, é que muitas vezes temos até dificuldade de idealizar e clarificar o que o dinheiro investido poderá nos permitir concretizar. Use esses dados a seu favor.
Como perder o medo de investir?
Entre as especialistas, vemos diversos relatos de que para perder o medo de investir o primeiro passo é começar um bom planejamento financeiro, que inclui entender qual o seu objetivo e o seu prazo para alcançá-lo, e buscar informações sobre diversificação de aplicações.
Outro passo importante é ver qual o seu perfil como investidora:
- Conservadora: quando você tem baixa tolerância ao risco e as perdas, priorizando liquidez acima de rentabilidade e segurança;
- Moderada: este perfil é para quem procura equilibrar risco e retorno financeiro. Há uma tolerância maior de perdas com objetivo de potencializar os lucros;
- Arrojada: como o próprio nome sugere, você não teme tanto os riscos e tem disposição para arcar com essa decisão. O seu foco é direcionado na rentabilização da sua carteira e utiliza-se de estratégia para analisar a segurança.
Tendo isso em mente fica mais fácil alcançar o sentimento de pertencimento a um espaço. Isso não quer dizer que você deve ficar estagnada em um perfil. Há sempre possibilidades de melhorias, conforme as suas atitudes forem sendo desdobradas.
Um outro fator que pode assustar quem quer investir são os “infinitos” termos e siglas que o mercado financeiro usa. Calma, assim como qualquer novidade você pode demorar um tempo para entender, mas vai se acostumar.
Comece estudando o que significam os termos que caracterizam os ativos financeiros disponíveis, como: liquidez, volatilidade e rendimento.
Depois, tome conhecimento sobre o significado dos próprios ativos oferecidos, entre ações, títulos públicos, como Tesouro Prefixado, Selic e IPCA+, e títulos privados, LCI, LCA e debêntures.
Se ainda assim o sentimento de insegurança persistir, a dica é que você encontre uma empresa especializada em investimentos e que ofereça o serviço de consultoria.
A partir disso, você terá ajuda de um profissional que irá encontrar o melhor tipo de aplicação, considerando todo o seu perfil e objetivo.
Invista no seu conhecimento
Todo ser humano, homens e mulheres, percorrem caminhos mais prósperos quando estão conectados com o conhecimento, e uma certa dose de ousadia para aplicar e disseminar esse estado de consciência. O conhecimento proporciona segurança e nos dá a capacidade de perder os medos naturais do nosso ser.
No contexto que estamos abordando aqui, é perfeitamente espontâneo que você tenha medo de investir o seu dinheiro, por medo de perder.
Assim como é autêntico que você não fique confortável de participar de uma conversa sobre determinado tema, por desconhecer. Ou como é natural que você tenha medo de dirigir, se você nunca treinar. Ou de nadar em uma piscina, se você nunca praticar.
Muito mais do que se encorajar, é preciso conhecer, acreditar e aprender. Nós mulheres estamos indo muito bem nesse movimento de ampliar as nossas capacidades e oportunidades e, sem dúvidas, todas essas etapas e momentos vão passar pelo seu próprio investimento em conhecimento.
Mude o seu medo de investir dinheiro, por ambição em investir em conhecimento. Os frutos financeiros certamente também vão vir.
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